segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Qualidade: Yemanjá Ogunté

Uma das qualidades mais intrigantes da família do mar: Yemanjá Ogunté.


Yemanjá Ogunté é cultuada na África, na região de Abeokuta, e Oyó, e seu nome é devido ao rio Ogun, que percorre região, no qual ela é a orixá patrona, sendo assim recebeu dois nomes: Yeyê Omo ejá òdò Ogun té, Mãe dos filhos peixes do rio Ogun, ou então Yemanjá Ogunte Ogunmasomi. Pela denominação Ogun, aqui no Brasil, a cultuamos como mulher de Ogun Alagbedé, o ferreiro. Jovem e guerreira, é tida como a filha que protege Olokún, Deus dos mares, vive na areia molhada e nos recifes.
Rancorosa, severa e justiceira, tem da estreita ligação com Babá Egún, daí vem à questão do seu animal favorito, o carneiro.

Mitologia:
Yá ogunté, é a quarta filha de Olokun, ainda muito nova, casou-se com Ogun Alagbedé, e teve Ogum Akorô Onigbé, após a Ogun se retirar de Ilè Ifé, se apaixona por Odé Erinlè, o enfeitiça, e o leva para sua casa, ensina a ele a arte da cura e da magia, após algum tempo Erinlè decide ir embora e ela corta sua língua para que ele não conte os segredos que ela o ensinou. Em muitos axés, ela também luta ao lado de Oxaguiã e tem papel importante na fundação de Ejibò.

Suas Roupas:
Carrega azul claro, azul marinho, rosa e azul turquesa. Em alguns períodos, deve vestir branco, pois como dizem os antigos, isso a acalma. Nas mãos carrega a ofangi (espada) e a abebé, podemos também enfeitá-la com uma penca que contenha seus símbolos, o peixe, a estrela, a espada, a meia lua, assim como os brajás de búzios.

                                                                    Rio Ogun - África
Com quem Ogunté caminha?
Temos que deixar claro, que uma qualidade de Orixá, muitas vezes tem caminhos diferentes, conforme a ancestralidade do filho, assim uma pessoa de Ogunté, pode ter como ojúory, Ogun, Odé ou até mesmo Xangô, pois não devemos se esquecer de onde vem o culto desse Orixá (região de Oyó). Essa é uma questão que intriga muitos dos filhos de Yáogun, pois erroneamente divulgam que ela só vem com Ogun. Outro ponto que vale discutir, é sua ligação com o odú Yorossún, isso por vários motivos, além de reger quase todas a qualidades de Yemanjá, Yorossún, representado pelo n.º 4, também faz analogia ao fato de Ogunté ser a quarta filha de Olokún, de ser acompanhada por 4 Orixás (Ogun Alagbedé, Ogun Akorô, Odé Erinlè e Oxaguã).
 Fonte: Babá Diego de Odé

"lembrando também que ogunté é independente, ela não é uma Yemanjá, ela foi classificada pela a família das aguas por seu culto e seus fundamentos se perderam com o passar dos tempos. E que Ogunté raramente incorpora ou tem homens como filho", Segundo um irmão.

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A ENCRUZILHADA EM ALGUMAS CIVILIZAÇÕES

A tradição das várias civilizações reconhece as encruzilhadas como locais de encontro com o mundo dos espíritos e das assombrações e, por isso, foram edificados nestes locais toda uma grande variedade de monumentos, tais como pedras, menires, obeliscos, altares ou capelas. Os astecas acreditavam que as encruzilhadas eram locais assombrados pelas mulheres mortas de parto. Em África, o cruzamento de caminhos é um local sagrado quando ritualizado pelas tribos, servindo quer de ponto de contacto com os deuses através dos feiticeiros quer de local de homenagem, onde são colocadas oferendas, comida e mesmo sacrificados animais. Algumas tribos africanas consideram as encruzilhadas como sítios onde se podem ver livres das más energias que possam assolar a aldeia e os seus habitantes. A terra das encruzilhadas é utilizada como ingrediente de mezinhas e amuletos de sorte. A encruzilhada tem ainda uma grande conotação com os rituais de fecundação da Natureza e da mulher, sendo nestes locais colocadas as primeiras colheitas e também onde as mulheres terminam o período de aleitamento dos seus filhos e a respetiva proibição de atividade sexual. Esta tradição dos espíritos das encruzilhadas foi levada pelos negros africanos para as Américas, onde ainda hoje subsistem em rituais de vodu, candomblé, umbanda, em Cuba, no Haiti ou no Brasil, tendo como espírito das encruzilhadas Ellegua, Legba, Esu Elegbara ou Exu. Na mitologia ocidental, a encruzilhada é também um ponto de encontro com o destino, simbolizado no mito de Édipo. Foi numa encruzilhada que Édipo inadvertidamente matou o seu verdadeiro pai, Laio, determinando toda a sua vida futura e a sua desgraça. A encruzilhada existe também simbolicamente no íntimo dos seres humanos, no cruzamento de emoções e sentimentos díspares e nas decisões a tomar. Este aspeto está patente na personalidade tripla de Afrodite, a deusa que é simultaneamente casta, fecunda e lúbrica, sendo esta sua última faceta revelada nas encruzilhadas onde ela protege os amores impuros. Na Grécia, Hécate era a deusa das três cabeças protetora das encruzilhadas por ser a senhora do céu, da terra e do inferno, comandando o nascimento, a vida e a morte. Os romanos prestavam homenagem aos Lares nas encruzilhadas, onde se levantavam altares e outros monumentos de adoração, bem como bancos para que as pessoas pudessem parar e refletir. Das tradições da Europa medieval ficaram as crenças das encruzilhadas como locais onde se encontram as bruxas e os espíritos malignos e daí a construção de capelas, oratórios, alminhas, estátuas de santos e da Virgem e cruzes. Em resumo, todas as crenças associadas com as encruzilhadas exprimem o medo humano pelo desconhecido tanto exterior, do mundo dos infernos, da terra e do céu, como do interior da alma humana, onde a encruzilhada nunca é um fim mas um novo ponto de partida para um novo desconhecido.

domingo, 10 de fevereiro de 2013

hyb

O papel da religião em nossas vidas...

Boa noite leitores,

Hoje passei o dia falando sobre iniciação e Orixa e decidi dividir um pouco da minha visão sobre a religião, que minhas palavras possa ajudar quem esta em dúvida em entrar para o axé:

"Cresci na religião dos Orixás, vi muita gente entrar e sair da casa de santo, vi muita gente ser yawò, egbomy e babálorixá. E cada um que passou, vi o Orixá agir nas suas vidas e também entendi que a religião é uma porta que se abre quando todas as outras se fecham, a partir do momento que você se entrega a fé, um novo mundo surge e não vou dizer que é um caminho fácil e que sempre serão rosas, mas uma coisa eu digo com certeza absoluta, nunca mais você se sentirá só e nem entregue a própria sorte, pois dentro de você existe um grão de areia do orún. Para aqueles que não entenderam isso, meus sinceros pêsames pois vocês caíram no vazio de viver no axé pelo status e por simplesmente não ser ninguém na vida. E como saber quem está na fé por amor ou não? É simples, só vocês notarem quem levou as lições de humildade e amor para vida e seguiu e quem continuou na mesma vida de sempre, vivendo de forma pequena e infeliz".